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sábado, 8 de janeiro de 2011

Rasputin, o místico da Rússia czarista

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Rasputin, o homem de origens pouco conhecidas que conquistou a confiança da corte real russa.

Grigoriy Yefimovich Rasputin, místico russo, nasceu em 22 de janeiro de 1869 em Tobolks, na Sibéria.
Por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde diz-se que Rasputin chegou a salvar Alexei Romanov, o filho do czar Nicolau II, de hemofilia.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fevorovna passa a dedicar a Rasputin uma grande confiança e admiração, o denominando de "mensageiro de Deus". Com esta proteção Rasputin passa a influenciar ocultamente a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia russa.

Nicolau II e sua família (da esquerda para a direita): Olga, Maria, Nicolau, Alexandra, Anastásia, Alexei e Tatiana.

Vindo da Sibéria, onde nascera em 1869, em Tobolks, com a fama de milagreiro, Grigoriy Rasputin havia pertencido à seita dos Khlysty ou "flagelantes", desenvolvendo um notável dom de magnetizar e impressionar as pessoas. Camponês rude e semi-analfabeto, era visto no palácio real como uma força viva da natureza e lídimo representante da Santa Rússia. Com enorme concentração e uma profusão de preces ditas num idioma incompreensível, ajoelhado ao lado do leito do garoto, Rasputin conseguia fazer sempre que o adoentado se recuperasse. Para a família real ele passou a ser um enviado de Deus, o que o levou a receber enormes prestígios do czar, e a confiança da czarina. 



Charge atacando a influência do bruxo sobre a corte real.
Não demorou muito para que aquele homem esperto e vivo tirasse todo o proveito possível daquela situação. Na constante troca de bilhetes de Alexandra com o marido, zelosamente coletados pela polícia secreta do próprio czar, ele é referido como "o Amigo". Não havia nomeação, transferência ou decisão importante a ser tomada por Nicolau II sem que ela rogasse que "escutasse o Amigo".


Em pouco tempo a elite russa tomou ciência da importância do "profeta". Ministros, generais, os grandes do império, aventureiros, bajuladores e oportunistas de todos os calibres enfileiravam-se atrás do bruxo para conseguir algum favor real. Nunca se soube ao certo qual era o critério das escolhas de Rasputin. Os relatórios que o casal real recebia narravam intermináveis aventuras amorosas e bebedeiras, mas isso em nada afetava o seu prestígio. Mas nenhuma das intrigas em que envolviam Rasputin tinham o poder de abalar a confiança cega que ele despertava em Alexandre e Nicolau. O fato é que o enorme império Russo, o maior em extensão em toda a Terra, passou a ser indiretamente governado por um bruxo. 


   Éfige de Nicolau II, o último czar da Rússia, em moeda.

Czar Nicolau II.

Com a entrada da Rússia na Primeira Guerra em 1914, sua influência aumentou ainda mais. Especialmente porque ele havia manifestado sua contrariedade em fazer a guerra contra o Império Austro-Húngaro e a Alemanha. Logo as derrotas vieram com a péssima campanha russa na guerra e, conforme o país afundava no desastre e no desespero, os cortesãos mais próximos do czar passaram a não poder mais suportar as intromissões de Rasputin na condução dos negócios. Além disso a imagem de um bruxo agindo nos bastidores, aparentemente conduzindo o país numa guerra devastadora, contrastava  contra a seriedade da monarquia. Alguma coisa tinha que ser feita. Depois de ter assistido no parlamento russo, um discurso de um deputado chamado Purishkevitch, denunciando as forças ocultas que estavam manipulando a monarquia, numa clara alusão a Rasputin, o príncipe Félix Yussupov o procurou para participar num plano de assasinato do bruxo Rasputin. Além deles, havia ainda um oficial de nome Sukhotin, e um médico, o doutor Lazovert, mas a figura mais impressionante era o grão-duque Dmitri, da própria família real.
Além do desastre russo na guerra, e consequentemente uma crise social, o comportamento devasso do mistico (supostas orgias e envolvimento com mulheres da alta sociedade) passa a justifivar denúncias por parte de políticos opostos à sua atuação na polítiva real. O czar Nicolau II afasta então Rasputin de seus poderes, mas a czarina Alexandra mantém a sua confiança absoluta no decadente monge.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) trouxe novos contornos à atuação de Rasputin, já odiado pelo povo e pelos nobres, que o acusaram de espionagem ao serviço secreto alemão. Raspitin escapou à várias tentativas de aniquilamento, sendo conhecido por sua suposta e curiosa morte.

Félix Yussupov, um dos responsáveis pelo assasinato de Rasputin.
 Primeiro ele foi envenenado num jantar, porém sua úlcera crônica o fez expelir todo o veneno, posteriormente teria sido fuzilado atingido por um total de onze tiros, tendo no entanto sobrevivido; foi castrado e continuou vivo, somente quando foi agredido e o atiraram inconsciente no rio Nerva, ele morreu, não pelos ferimentos, mas afogado (existe um relato de que, após o seu corpo ter sido recuperado, foi encontrado água nos pulmões, dando apoio à ideia de que ele ainda estava vivo quando foi jogado no rio parcialmente congelado).









Em 1917, um ano após a morte de Rasputin em Petrogrado, a Revolução de Fevereiro derrubou a monarquia de Nicolau II e o Império Russo. Nascia a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.